domingo, 8 de setembro de 2013

A Última Carta






Querida,
Desejo que esta carta a encontre bem.
Assim como estas lembranças gotejam em minh'alma,
Cada palavra colore um conto encantado,
Usando o mesmo segredo de quando nos tornamos um só.

Olhos desfocam a visão da dor,
O metal frio do bisturi sussurra lágrimas ao meu corpo
Enquanto eu me prendo em recordações suas.
Já estou tão assustado... sinto medo, preciso de você comigo.

Aqui estou, sou eu aqui de novo,
Será que é um erro me preocupar?
Sei que o encanto de sua caneta jamais cruzará meus olhos novamente.
Queria estar errado...

Faça parar, faça esses pensamentos sumirem de minha mente.
Realimente meus pulmões.
Queria alguns instantes para realizar seus desejos.
Será que você entendeu direito? Nunca mais voltarei.
Espero que tenha entendido direito... Não voltarei!

Eu não entendo o que aconteceu.
Não poderia imaginar que minha vida acabaria assim.
Minhas pernas estão anestesiadas.
Não as sinto e não posso nem mesmo chorar,
Como poderia alguém morrer assim?

Estas palavras que lhe escrevi são suficientes para lhe dizer
Que, em minha morte, a luz através da minha escuridão dolorosa
Era o brilho ofuscante do seu sorriso perpétuo?

Se minhas palavras jamais chegarem até você,
julgarei como se não se importasse.
Nunca soube que o corte do silêncio seria tão profundo...
Agora eu desfaleço sob todas as suas belas mentiras.
Eu te amo!
Adeus!

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